“Pode-se curar um ferimento causado pela espada,
mas não um ferimento causado pela palavra.”
Provérbio Chinês
Bullying é um termo inglês utilizado para descrever uma série de comportamentos realizados repetidas vezes com o objetivo de intimidar ou agredir um outro indivíduo, onde há desequilíbrio de poder.
A vítima sofre agressões físicas e psicológicas, sendo reduzida à um estigma, como por exemplo, de ser “girafa”, “ceguinho”, “baleia”, “dumbo”, “perneta”. Como conseqüências sérias, perde sua identidade, sendo reconhecido apenas por aspectos negativos e pode apresentar quadros clínicos patológicos como distúrbios do sono, enxaqueca, dores no corpo, baixa auto-estima, medo, depressão, pânico e raiva, podendo gerar repentes de violência, inclusive suicídio.
Os “Bullies”, ou seja, as pessoas que praticam o Bullying, também sofrem conseqüências psíquicas sérias e como sintomas, podem aparecer o distanciamento e a falta de adaptação aos objetivos escolares, a supervalorização da violência como forma de obtenção de poder, o desenvolvimento de habilidades para futuras condutas delituosas, dificuldades em lidar com regras e limites em uma vida adulta.
As causas são inúmeras e variadas, tendo-se que levar em conta sempre a história individual de cada um, tanto no caso de quem pratica o Bullying, como no caso de quem está no lugar de vítima. Podem estar relacionadas à carência afetiva, ausência de limites e ao modo de afirmação de poder e de autoridade dos pais sobre os filhos. Em alguns casos, o “Bullie” tem necessidade de colocar o outro na situação inferior, em desvantagem, para que ele mesmo possa sentir-se “grande, importante”.
É importante dizer que muitos professores e funcionários também sofrem. Expressões freqüentes que referenciam o bullying direcionado aos professores pelos alunos são: “você é meu empregado, não devo lhe obedecer”, “Eu é quem pago seu salário”, “Meu pai vai fazer você ser demitido”.
Afirmo ser de extrema importância as escolas e pais estarem muito atentos às atitudes incomuns de seus filhos e alunos, com intuito de preservarem a constituição psíquica de cada um. Profissionais especializados podem auxiliar a cuidar das feridas causadas pela palavra, com intuito de amenizar traumas e sofrimento psíquico intenso.
Ana Cláudia Raymundi Spigai
CRP: 08/13610
Gostei muito de seu artigo. Sou professora e sei o que é isso, no entanto, o que precisa ser mais divulgado é a questão de também ser considerado bullying expressões direcionadas aos professores e funcionários, afinal, esta expressão está sendo banalizada e na grande maioria das vezes não é trabalhada da maneira correta, apenas o desenvolvimento de uma "super proteção" àqueles que sofrem tais ataques, esquecendo-se que é no "Bullie" que se encontra o verdadeiro problema. Parabéns!
ResponderExcluirAna Paula Ribas Oliveira
Tb acho....
ResponderExcluirMuito obrigada pelos comentários.
ResponderExcluirÉ sempre necessário lembrar que quando se trata de problemas relacionais, é sempre a relação e todos os envolvidos nesta que precisam ser cuidados.
Ana Cláudia Raymundi Spigai