O Grupo de Psicologia Circulando é parceiro de escolas e empresas da cidade de Londrina e região e se compromete, para além dos atendimentos clínicos, em promover palestras, encontros e desenvolver projetos com as contribuições da Psicologia.

domingo, 24 de abril de 2011

O papel dos pais na formação dos filhos

                                                                       “É na educação dos filhos que se revelam as virtudes dos pais”
Coelho Neto

Atualmente vemos o quanto os pais têm buscado por melhores condições econômicas da família e de poder oferecer aos filhos o que muitas vezes não puderam ter enquanto crianças.
Assim, a partir disso, buscam a melhor escola para seus filhos, aulas de inglês, música, esportes... Buscam por complementar a educação de várias maneiras com a intenção de proporcionar uma formação ideal paras seus filhos.
O medo de errar nessa tarefa de ser pai, de ser mãe, pode de certa forma obstaculizar o vínculo com a criança na sua educação, no sentido de que ao procurar em livros de auto-ajuda e programas de televisão a ilusão de como serem pais ideais se desautorizam quanto a seu próprio meio de ser e esquecem que são pais reais que erram e que sim, podem buscar por melhores atitudes na educação de seus filhos sem que seja por meio de receitas prontas.
É no meio familiar que a criança tem seus primeiros contatos com o mundo externo, com os primeiros valores e com a linguagem. O que se constrói a partir dessa base primordial são como requisitos essenciais para que na escola esta possa criar consciência crítica e se formar também como um cidadão.
No ato de educar se reinventa e se revive as experiências da infância, são momentos acompanhados de lembranças que se refletem no modo como os pais educam seus filhos. Pode ser como uma aposta, a esperança de um futuro diferente em que os pais muitas vezes através deste meio vêm a investir nos seus filhos procurando por reverter frustrações vividas.
Há que se permitir que esta criança, através do auxílio de seus pais, possa se colocar em sua própria subjetividade com suas habilidades e limitações para assim se tornar um adulto consciente e seguro de suas atitudes.
                                                                                     Thaís Augusto Gonçales
                                                                                               CRP 08/15172

domingo, 10 de abril de 2011

Bullying

“Pode-se curar um ferimento causado pela espada,
mas não um ferimento causado pela palavra.”
Provérbio Chinês

Bullying é um termo inglês utilizado para descrever uma série de comportamentos realizados repetidas vezes com o objetivo de intimidar ou agredir um outro indivíduo, onde há desequilíbrio de poder.
A vítima sofre agressões físicas e psicológicas, sendo reduzida à um estigma, como por exemplo, de ser “girafa”, “ceguinho”, “baleia”, “dumbo”, “perneta”.  Como conseqüências sérias, perde sua identidade, sendo reconhecido apenas por aspectos negativos e pode apresentar quadros clínicos patológicos como distúrbios do sono, enxaqueca, dores no corpo, baixa auto-estima, medo, depressão, pânico e raiva, podendo gerar repentes de violência, inclusive suicídio.
Os “Bullies”, ou seja, as pessoas que praticam o Bullying, também sofrem conseqüências psíquicas sérias e como sintomas, podem aparecer o distanciamento e a falta de adaptação aos objetivos escolares, a supervalorização da violência como forma de obtenção de poder, o desenvolvimento de habilidades para futuras condutas delituosas, dificuldades em lidar com regras e limites em uma vida adulta.
As causas são inúmeras e variadas, tendo-se que levar em conta sempre a história individual de cada um, tanto no caso de quem pratica o Bullying, como no caso de quem está no lugar de vítima. Podem estar relacionadas à carência afetiva, ausência de limites e ao modo de afirmação de poder e de autoridade dos pais sobre os filhos. Em alguns casos, o “Bullie” tem necessidade de colocar o outro na situação inferior, em desvantagem, para que ele mesmo possa sentir-se “grande, importante”.
 É importante dizer que muitos professores e funcionários também sofrem. Expressões freqüentes que referenciam o bullying direcionado aos professores pelos alunos são: “você é meu empregado, não devo lhe obedecer”, “Eu é quem pago seu salário”, “Meu pai vai fazer você ser demitido”.
Afirmo ser de extrema importância as escolas e pais estarem muito atentos às atitudes incomuns de seus filhos e alunos, com intuito de preservarem a constituição psíquica de cada um. Profissionais especializados podem auxiliar a cuidar das feridas causadas pela palavra, com intuito de amenizar traumas e sofrimento psíquico intenso.

                                                                           Ana Cláudia Raymundi Spigai
                                                                           CRP: 08/13610

domingo, 3 de abril de 2011

Hiperatividade: Sintoma ou Diagnóstico


Tal tema tem sido abordado socialmente com bastante freqüência pelas escolas, por meio de diagnósticos médicos, pela mídia e merece ser esclarecido no sentido de significar, assim como outros sintomas, mais um sinal de alerta da criança e uma preocupação da família e responsáveis.
Digo de tais situações considerando o manejo com o desenvolvimento infantil, pensando que a criança pode passar a ter dificuldades com se concentrar, aprender, se socializar e a partir disso o que podemos pensar a respeito de tais sintomas.
O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade é uma patologia prescrita no DSM IV em 1994 e se caracteriza por sintomas de desatenção (distração) e hiperatividade (super atividade e agitação). Para haver o diagnóstico desse transtorno a falta de atenção e a hiperatividade devem interferir significativamente na vida e no desenvolvimento normal da criança. Tal diagnóstico só pode ser realizado após cinco anos de idade devido ao comportamento das crianças nesse período variar bastante.
A hiperatividade como uma característica de comportamento durante certo momento do desenvolvimento, nos mostra um pedido de ajuda do sujeito que passa a fazer tal agitação psicomotora e desinteresse em função de algo psíquico que não está ocorrendo bem. Podemos dizer de uma instabilidade como uma tentativa de solução de problema que deve ser cuidada adequadamente com encaminhamentos específicos pensando na prevenção de algo que ainda não se instalou, na prevenção de saúde mental.

Renata Baggio
CRP 08/11693