O Grupo de Psicologia Circulando é parceiro de escolas e empresas da cidade de Londrina e região e se compromete, para além dos atendimentos clínicos, em promover palestras, encontros e desenvolver projetos com as contribuições da Psicologia.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

A Adolescência e o Sujeito

       A adolescência por si só já se caracteriza um momento do desenvolvimento de enfrentamento de dificuldades, pois a sociedade define um sujeito que não é mais parte do mundo da infância, mas que ainda não pode também responder desde o lugar de um adulto. Este adolescente tem como notícias na sociedade atual que deve encarar mudanças de relações, de corpo, de mundo e deve se sentir bem com isso, pois ainda não é um adulto por completo não tem sérias responsabilidades para arcar, mas também não pode ter os ganhos de comprometer-se como um sujeito adulto.
               Segundo Calligaris (2009), o adolescente se define como aquele que já foi preparado, durante o período de 12 anos de vida, para competir numa sociedade de ideais de vida já bem estabelecidos, como ter trabalho, ser desejável e buscar sucesso, mas apesar de ter corpo e espírito para iniciar tais conquistas ainda não é reconhecido fazendo parte de tal competição.
               Na maioria das vezes ainda não fica claro para este sujeito como foram as perdas das relações vividas na infância, na família, na escola, no social. Tais perdas significam uma ausência da segurança de amor referenciado a uma criança, que existia ali antes do corpo mudar, que solicitava proteção e mostrava-se dependente do adulto.
               É nessa lacuna que o adolescente da sociedade contemporânea se encontra, já acostumado a tal condição de passividade, de espera de uma vida adulta que um dia possa chegar, mas o que pode definir tal transição?
               Tal indefinição do que o adolescente precisa conquistar para entrar na vida adulta é o que mais parece causar desconfortos nestes sujeitos que ainda mostram-se dependentes dos adultos no quanto devem se lançar para o mundo, como poder entender das regras e leis sociais, e vivem um período de contestação aguda na tentativa de se apropriarem deste lugar no mundo dos adultos.

                                                                                              Renata Ribas Baggio
                                                                                              CRP: 08/11693

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

O que é Inconsciente?

            Para a Psicanálise, o Inconsciente designa um dos sistemas do aparelho psíquico definido por Freud, que se constitui de conteúdos censurados ou reprimidos, ou seja, conteúdos aos quais foi negado o acesso ao plano da consciência, por se tratarem sempre de algo penoso para o indivíduo. É independente da Consciência, e dotado de atividade própria, com suas próprias leis e regras. Assim, o Inconsciente é tido como responsável pelos comportamentos e atitudes dos indivíduos, assumindo que estes não dependem apenas das escolhas conscientes. Isto explica o porquê de muitas vezes fazermos o que não queremos, ou não conseguirmos fazer o que queremos.
Ao definir o Inconsciente, Freud definiu também o Consciente, que diz respeito à capacidade de ter percepção dos sentimentos, pensamentos, lembranças e fantasias do momento e o Pré-Consciente, que diz respeito aos conteúdos que não estão sendo pensados ou vividos, mas podem chegar facilmente à consciência.
Esse Inconsciente tópico, como uma instância psíquica é o que vem a separar definitivamente a Psicanálise das outras áreas do saber, principalmente da psiquiatria, da neurologia e da psicologia.
Os conteúdos inconscientes não têm acesso à consciência, sendo controlados por uma espécie de censura. Porém, pode se revelar à esta (à consciência) de forma disfarçada através de sonhos, jogos de palavras, chistes (brincadeiras), atos falhos (comportamentos inesperados), lapsos de linguagem, associação livre de idéias (fala livre sem crítica e preocupação com a coerência), etc. Temos como exemplos: chamar uma pessoa pelo nome de outra, o fato de dizer uma palavra fora do contexto sem entender o motivo, ter atitudes não planejadas ou dizer algo que sabemos que não podíamos ter dito, cometendo “gafes”. É comum após estas escapadas do Inconsciente as pessoas questionarem porque fizeram ou disseram algo que as levou à uma situação embaraçosa.
Todos nós, portanto, funcionamos por meio do Inconsciente. A Psicanálise foi desenvolvida inicialmente por Freud e tem por objetivo dar a conhecer às pessoas seus próprios conflitos emocionais inconscientes. Depois de superar algumas resistências ou repressões, pode-se então “decifrar” o Inconsciente. É a partir desta análise que, ao levar o sujeito a tomar conhecimento dos elementos concretos de seu Inconsciente, o torna responsável por seus atos e então, o possibilita saber sobre seus reais desejos e escolher o que fazer com eles. 

                                      Ana Cláudia de Souza Raymundi Spigai
                                      CRP: 08/13610